09 June 2005

Uma amante, 2 balas, Getúlio presidente

[09/06/1930, 75 anos] EM 9 DE JUNHO de 1930, os políticos José Pereira de Lima, José Frazão Medeiros Lima e Manuel Rodrigues Sinhô, assinaram um decreto que proclamava a independência do Município de Princesa, separando-se assim do resto do Estado da Paraíba, submetendo-se apenas a autoridade do Governo Federal.
Em 1929, João Pessoa negou-se a apoiar a candidatura situacionista de Júlio Prestes à presidência da República e aceitou convite para ser o candidato a vice-presidente na chapa oposicionista da Aliança Liberal, articulada pelos estados de Minas Gerais e Rio Grande do Sul e encabeçada pelo gaúcho Getúlio Vargas.Realizado o pleito, a chapa oposicionista foi derrotada e o coronel José Pereira, que apoiava Julio Prestes, iniciou uma revolta em Princesa contra o governo estadual, sendo apoiado pelo governo federal. Ao mesmo tempo, ganhava força no interior da Aliança Liberal a proposta de deposição de Washington Luís através de um movimento armado. João Pessoa rejeitou essa solução. Sua preocupação concentrava-se, nesse momento, no combate à Revolta de Princesa.
Na residência de João Dantas, aliado de José Pereira -, foram encontradas cartas íntimas trocadas entre Dantas e sua amante. As cartas foram publicadas pela imprensa alinhada ao governo estadual, provocando grande escândalo na sociedade paraibana. Dias depois, em viajem ao Recife, João Pessoa foi assassinado com dois tiros desferidos por João Dantas em uma confeitaria da capital pernambucana.
O assassinato provocou forte comoção no país. Os líderes da Aliança Liberal trasladaram o corpo para o Rio de Janeiro, onde foi enterrado em meio a grande manifestação popular. Paulo Pinheiro Chagas fez um dos mais inflamados discursos, que terminava afirmando: "não vamos enterrá-lo, vamos plantá-lo de pé, de pé como sempre viveu, de pé como não vivem muitos de seus algozes, de pé como sempre se posicionou: o coração acima do estômago e a cabeça acima do coração.
Tal clima contribuiu para que os preparativos revolucionários se acelerassem, resultando na deposição de Washington Luís, em outubro, e na ascensão de Vargas ao poder, no mês seguinte.
Em setembro de 1930, a capital paraibana, até então denominada cidade da Paraíba, foi rebatizada com o nome de João Pessoa.

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