25 October 2006

Voto no Lula, de novo

Governar é construir estradas. Governar é varrer a corrupção, ou acabar com os marajás. São algumas promessas eleitoreiras, vencedoras e não cumpridas de nossos antigos candidatos e presidência da pátria amada.
Os presidentes militares não precisaram prometer nada.
Tem candidato atual prometendo investir todo o dinheiro da corrupção em beneficio do povo. É uma dinheirama calculada em 4,5 bilhões. Tá bom candidato, os corruptos concordam em perder essa boquinha?
Acabar com a miséria, mais emprego, mais casa, mais escola, mais saúde, mais transporte, mais lazer. Esse é o kit do candidato. Qualquer candidato. De síndico a presidente de qualquer coisa.
Depois de eleito o negócio é colocar a plaquinha de inauguração em lugar bem visível, em um montão de obricas, obrinhas, obras, e se possível obronas. Muitas estradas, escolas, hospitais, mais escolas. Qualidade na escola, bom atendimento hospitalar, manutenção da estrada. Bom, ai não dá para colocar plaquinha, é tocar do jeito que der.

Brasil, 180 milhões de cidadãos. Cidadãos de primeira classe, poucos, de segunda, pouquinho mais, de terceira, quarta, etc., muitos, muitíssimos. Na áfrica, no oriente médio, as tribos, ou etnias mais fortes subjugam as mais fracas, lei do mais forte. Não é assim que funciona na nossa terra. Na índia as classes sociais, mais conhecidas como castas, milenares. Nascer miserável, é morrer miserável. Nascer na classe abastada, é morrer mais abastado ainda. Quase igual a nós brasileiros. Não somos tribais, nem apartados por castas. Somos miseráveis, socialmente, culturalmente e economicamente. A fome, a miséria absoluta de muitos convivendo com o bem estar de poucos.

Manda muito quem tem rádio, tv, jornais, revistas, grana, boa escola. Gente de bem. As verdades dessa gente são inquestionáveis, aliás, que Zé ninguém tem competência para questioná-las. Desde 1500 é assim no Brasil.
É preciso quebrar esse paradigma, dentro das regras da “gente de bem”. Como?
Esse paradigma é quebrado aqui, e ali. Evo Morales, Chaves, Fidel, Stalin. O popular no poder a elite na cadeia ou na chiadeira. As armas ganham as ruas. Impera o radicalismo, ódio, intolerância. A história ensina: isso não dá certo. Tirar dos ricos para dar aos pobres não deu certo em nenhum lugar da história.

A história abriu uma janela no tempo para que alguém de forma diferente, dentro da lei, da ordem constituída, tentasse quebrar o paradigma da pobreza endêmica em nossa terra.
Lula foi eleito presidente do Brasil em 2002. Se elegeu obedecendo ao kit de promessas de qualquer político. Sua história política apavorava a elite pensante, mas, a história já tinha decidido, era hora de alguém vindo das classes inferiores sentar-se na cadeira presidencial.
Ganhou, assumiu, governou. Ganhou com uma votação expressiva, assumiu em uma grande festa cívica, governou sob forte desconfiança dos patrões, da classe média, da imprensa. Governou respeitando e atendendo os interesses das classes dominantes. Acharam pouco, querem mais, mais e mais.
Governou, olhando no olho do mais pobre, procurando atender sua necessidades. Primeiro reduzindo a fome de parcela significativa da população com obrigatoriedade de vacinação e de freqüência escolar dos menores de idade. Uns acham que é assistencialismo tosco, outros, paternalismo demagógico. Seria o caso de se perguntar a quem tem fome se ele gostaria de receber comida demagógica, assistencialista ou não. Paralelo a isso, democratização e barateamento de crédito descontado em folha, forte investimento no credito agrícola familiar. Investimento na Saúde preventiva popular, implantação de atendimento odontológico. Investimento no acesso do mais pobre a universidade.

Errou, fez besteiras. Delegou e confiou em quem não devia. Uns acham que foi uma praga de gafanhotos que devastou nossas terras por gerações. Outros acham que errou tanto quanto qualquer político incompetente, e que seu governo não cheirou nem fedeu. Tem aqueles que acham que finalmente tiraram do armário as falcatruas que sempre existiram, e que a polícia não estava aparelhada para combater. Outros ainda acham que fez mais do que prometeu e que começou a quebrar o paradigma da pobreza endêmica.

Faltam 4 dias para o dia da votação. As pesquisas dão 21 pontos de vantagem para Lula. As elites pensantes, a imprensa, estão em cólicas, dizem que o Brasil não agüenta mais 4 anos de Lula, etc., etc. Parece uma corrente do mal. Banqueiros, (ganharam muito) industriais, (ganharam bastante), profissionais liberais, classe média (correção da tabela do IR). Foram tratados a pão e água pelo FHC, tiveram sua grana confiscada pelo Collor. Só pode ser o poder demolidor da imprensa.

Lula está sendo votado maciçamente pela classe popular.

PS. Vi o olho brilhando de várias pessoas bem humildes ao declararem que votariam no Lula com a graça de Deus e muita fé de que a maioria do povo brasileiro iria melhorar ainda mais. E que ele sendo de origem humilde entendia realmente as necessidades mais simples do mais pobre.

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