01 November 2006

Psiquiatria: ciência ou curandeirismo?

Vertebrados, sangue quente, mamíferos. Características de vasto universo de animais racionais ou irracionais. Quem somos nesse reino? Fácil: pensamos, portanto somos racionais. Os que não pensam são irracionais. Simples.

Racional é o que está a interessar em nosso escrito. Pensamos, temos afetividade, avaliamos os nossos interesses frente às opções que temos e nos portamos de acordo com os objetivos a serem atingidos dentro de padrões sociais geralmente aceitos. Objetivos emocionais, econômicos, comerciais, sociais, etc.

Como ficamos quando alguma coisa falha no departamento racional. Quando os laços fortes da afetividade se rompem. Quando as regras de convivência em sociedade deixam de existir momentaneamente ou definitivamente por falha da máquina. Mudamos de categoria, nos tornamos irracionais. Passamos a responder instintivamente. Nos aproximamos do comportamento das feras da floresta.

Nesse estado emocional a que leis sociais estamos subordinados. As leis do homem, ou as da selva. Não estou falando de manicômio, de casa de loucos. Falo de anomalias dentro de casas de família, na rua, no restaurante, no transito. De gente que pode estar ao nosso lado. De gente que em uma primeira olhada é tão normal quanto qualquer um de nós. A casca que se apresenta não exterioriza o vulcão em ebulição interiorizado, pronto a explodir mediante um pretexto qualquer.

Gente doente, freguesia dos psiquiatras. A química usada pelo profissional é variada e poderosa, capaz de amansar qualquer besta fera. Amansar, sim, curar, quase nunca. Freguesia difícil de curar, de amansar. Olhando meio de longe se tem a impressão, de que se não houver uma boa dose de sorte, a vítima, receberá tantos diagnósticos e kits químicos quantos profissionais consultar, até que consiga quando consegue, ter seus demônios acalmados. Chega a ser rotina, principalmente nas vítimas das classes menos favorecidas pela sorte, terem seus miolos transformados em suco.

O reino da psiquiatria equivale ao reino de justiça, ambos são cegos, com um atenuante a favor da justiça: com um pouco mais ou um pouco menos de justiça, a vida pode seguir em frente sem grandes transtornos. Quanto aos transtornos psiquiátricos, dependendo de sua morbidez, as conseqüências da falta de luz ou incompetência dos curandeiros modernos, são terríveis para todos, vítimas, familiares e sociedade. Vale ressaltar o perigo que os cidadãos com seus freios de afetividade destravados representam. Verifique-se o grau de sanidade de nossa clientela carcerária.

Na falta de melhor alternativa, fica aqui o desabafo de um familiar em uma tela de computador surda.

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