19 January 2008

Tênis

Não é assim que joga.
Explica pra ele.
Bola colocada, jogada, suingada.
Interagida.
No começo, tudo bem, porrada, bola nas nuvens.
Agora, porrada, cruzada, paralela, angulada, na quadra.
Não dá.

16 January 2008

Saga da Gráfica Tipoalfa

Não vou enganar você. É propaganda em benefício próprio.
Início de 1983, Angelo e Artur chegavam a Nova Xavantina-MT, cada um a seu modo e com seus motivos e, sem se conhecerem. Era final de janeiro, época de chuva brava. Era um barro só de 330 km desde Iporá-GO, onde terminava o asfalto. No mínimo, dois dias de viagem, se não rodasse alguma ponte. Os dois futuros sócios vinham de São Paulo, por Goiânia. Artur, um gráfico de nascença, Angelo, engenheiro mecânico de formação. Bons empregos ficando para trás. Angelo, gerente de manutenção da Zanini em Sertãozinho; Artur, publicitário da Mercedes-Benz em São Bernardo do Campo. Filhos pequenos, mulher, gato. A família veio toda junto.
Cada um chegou como pode, baldeando mudança, pegando carona em caminhão, teco-teco, pick-up, ônibus, até finalmente chegarem à beira do Rio das Mortes.
Na falta do que fazer, lá foram os dois futuros sócios dar aula na Escola JK. O emprego não era lá dos melhores; salário, não sabíamos quanto seria, nem quando receberíamos, ou mesmo se receberíamos. Como professores, certamente não teríamos muito futuro, mesmo porque as famílias tinham o hábito certo de comer todo dia.
Havia uma pequena gráfica na cidade, Gráfica Cometa, com 2 impressoras minervas, uma formato 4 e outra formato 8, com o prazo de validade já vencido a muito tempo. As fontes de letras bem gastas, a grampeadeira manual, coitada, fazia o que podia. A guilhotina facão tinha vários esquadros e o operador tinha que ser bom e “pesado” para tirar o serviço.
Compramos a gráfica em Junho de 1983, entrada e uma prestação para dali a 6 meses. E lá se foram as reservas das indenizações, dos fundos de garantia, os carros, o gato, etc.
A cidade tinha energia por poucas horas no dia. Um geradorzinho à diesel (e muita reza), garantia o resto da produção diária. O problema era colocar aquele bendito gerador para trabalhar, ligar o motor era coisa para macho bem parrudo.
A matéria prima demorava quinze dias para chegar, quando chegava inteira. O pedido era feito no único telefone da cidade, no meio de gritos de garimpeiros vendendo ouro, compradores de gado negociando, fazendeiros pedindo semente, e o Bradesco passando as ordens de pagamento.
A família estava assustada; nós dois é que não nos assustávamos com pouca coisa. A prestação da gráfica vencendo dali 6 meses, não havia tempo a perder. A cidade tinha pouco serviço; saímos de Kombi vendendo impressos para as cidades vizinhas: Água Boa-MT, Campinápolis, Canarana, Cascalheira. Vendendo não era bem o termo, o pessoal é que comprava. Éramos a única gráfica na reta depois de Barra do Garças-MT e até Vila Rica-MT. Não havia concorrência, nem cheque pré-datado. Era tudo no dinheiro vivo ou no fio do bigode da próxima viagem.
Depois foi chegando o asfalto, a energia, água tratada na torneira todo dia, telefone, e junto com tudo isso, a concorrência, os picaretas, os Finames, os FCO, e outros pepinos. As máquinas já eram outras. A guilhotina nova tinha até esquadro certinho; foi difícil o pessoal se acostumar; impressoras off-set, computadores, grampeadeira Miruna das boas, equipe treinada, qualidade elogiada.
Há 10 anos, fizemos o Guia Tipoalfa de Nova Xavantina-MT, do nosso jeito, bem feito, com informações, papel e impressão de qualidade. Sucesso. Repetimos a dose nas cidades vizinhas. Hoje são mais de 30 guias, e continuamos acelerando.
2008, um ano muito especial para nós. Comemoramos 25 anos de Gráfica Tipoalfa e mais de 10 anos de Guia Tipoalfa, graças a nossa clientela bem atendida e satisfeita.