24 July 2006

Guerra: árabes x judeus

Os pacifistas de plantão se horrorizam com a guerra. Quem é o bandido quem é o mocinho. Corinthians x Palmeiras. Quem ganha, quem perde. Empate não vale. Judeus x Árabes: O melhor resultado seria o empate. Melhor para todas as vítimas, mas, como os cartolas não estão se entendendo, como sempre o povão paga o pato com o próprio sangue. Pelo andar da carruagem, vale a velha lei da guerra: Se dois povos não podem ocupar o mesmo espaço, quem pode mais decide a questão com os argumentos tradicionais. Canhões, grana, padrinhos fortes... Manda quem pode, obedece que tem juizo, ou sangram todos até morrerem, inocentes e culpados, Deus que escolha os seus.

Registro: Sou pacifista. Gosto de jogadas bonitas, goools, muitos gools. Para mim: Corinthians 10 x 10 Palmeiras, seria perfeito. Vale o espetáculo, o povão em festa pelo gool. A polemica do melhor gol, das melhores jogadas, quem merecia ganhar? Os especialistas decidiriam no bate-boca, no arranca-rabo de domingo a noite na tv.

20 July 2006

Beleza anoréxica, quem gosta?

Padrão ossos empilhados. Como é? Vai na rua, pesquisa, pergunta, tabula, tira a média. Pronto a maioria esclarecida falou. Ou impõe o gosto de alguns iluminados para a maioria apagada. Não conheço ninguem que goste de ossos cobertos de pele. Tudo bem, também nunca fui pesquisado pelo ibope, ibge, datafolha...

19 July 2006

Um horror justificando o outro. Assim caminha a humanidade

O Exercito vermelho avançava sobre a Alemanha no fim da segunda guerra mundial.
Já em território alemão, numa orgia de vingança: 2 milhões de mulheres alemãs seriam estupradas nos meses seguintes. Os soldados russos chegaram a violar mulheres russas recém-libertadas de campos nazistas. Stálin pouco se preocupava com isso, dizendo a Djilas: “Você leu Dostoievski, é claro. Vê como a alma humana é complicada? Então, imagine um homem que lutou de Stalingrado a Belgrado – por milhares de quilômetros de sua própria terra devastada, por cima dos cadáveres de seus camaradas e ente queridos? Como pode um homem assim reagir? E o que há de tão medonho em se divertir com uma mulher depois de tais horrores?”
Texto publicado no livro: Stálin, a corte do czar vermelho.

13 July 2006

Coluna do Arnaldo Jabor

Entrevista ao Jornal O GLOBO por "Marcola" - 23/05/2006

Estamos todos no inferno. Não há solução; pois, não conhecemos nem o problema.

Você é do PCC?
- Mais que isso, eu sou um sinal de novos tempos. Eu era pobre e invisível... Vocês nunca me olharam durante décadas... E antigamente era mole resolver o problema da miséria... O diagnóstico era óbvio: migração rural, desnível de renda, poucas favelas, ralas periferias... A solução é que nunca vinha... Que fizeram? Nada. O governo federal alguma vez: alocou uma verba para nós? E nós só aparecíamos nos desabamentos no morro ou nas músicas românticas sobre a "beleza dos morros ao amanhecer", essas coisas... Agora, estamos ricos com a multinacional do pó. E vocês estão morrendo de medo... Nós somos o início tardio de vossa consciência social... Viu? Sou culto... Leio Dante na prisão...

- Mas... A solução seria...
- Solução? Não há mais solução, cara... A própria idéia de "solução" já é um erro. Já olhou o tamanho das 560 favelas do Rio? Já andou de helicóptero por cima da periferia de São Paulo? Solução como? Só viria com muitos bilhões de dólares gastos organizadamente, com um governante de alto nível, uma imensa vontade política, crescimento econômico, revolução na educação, urbanização geral; e tudo teria de ser sob a batuta quase que de uma "tirania esclarecida", que pulasse por cima da paralisia burocrática secular, que passasse por cima do Legislativo cúmplice (ou você acha que os 287 sanguessugas vão agir? Se bobear, vão roubar até o PCC...) e do Judiciário, que impede punições. Teria de haver uma reforma radical do processo penal do país, teria de haver comunicação e inteligência entre polícias municipais, estaduais e federais (nós fazemos até conference calls entre presídios...). E tudo isso custaria bilhões de dólares e implicaria numa mudança psico-social profunda na estrutura política do país. Ou seja: é impossível.Não há solução.

- Você não tem medo de morrer?
Vocês é que têm medo de morrer, eu não. Aliás, aqui na cadeia vocês não podem entrar e me matar... Mas eu posso mandar matar vocês lá fora... Nós somos homens-bomba. Na favela tem cem mil homens-bomba... Estamos no centro do Insolúvel, mesmo... Vocês no bem e eu no mal e, no meio, a fronteira da morte, a única fronteira. Já somos uma outra espécie, já somos outros bichos, diferentes de vocês. A morte para vocês é um drama cristão numa cama, no ataque do coração... A morte para nós é o presunto diário, desovado n’uma vala... Vocês, intelectuais, não falavam em luta de classes, em "seja marginal, seja herói"? Pois é: chegamos, somos nós! Ha, ha... Vocês nunca esperavam esses guerreiros do pó, né? Eu sou inteligente. Eu leio, li 3.000 livros e leio Dante... Mas, meus soldados todos são estranhas anomalias do desenvolvimento torto desse País. Não há mais proletários ou infelizes ou explorados. Há uma terceira coisa crescendo aí fora, cultivado na lama, se educando no absoluto analfabetismo, se diplomando nas cadeias, como um monstro Alien escondido nas brechas da cidade. Já surgiu uma nova linguagem. Vocês não ouvem as gravações feitas "com autorização da Justiça"? Pois é. É outra língua. Estamos diante de uma espécie de pós-miséria. Isso. A pós-miséria gera uma nova cultura assassina, ajudada pela tecnologia, satélites, celulares, internet, armas modernas. É a merda com chips, com megabytes. Meus comandados são uma mutação da espécie social, são fungos de um grande erro sujo.

- O que mudou nas periferias?
Grana. A gente hoje tem. Você acha que quem tem US$ 40 milhões, como o Beira-Mar, não manda? Com 40 milhões a prisão é um hotel, um escritório... Qual a polícia que vai queimar essa mina de ouro, tá ligado? Nós somos uma empresa moderna, rica. Se funcionário vacila, é despedido e jogado no "microondas"... ha, ha... Vocês são o Estado quebrado, dominado por incompetentes. Nós temos métodos ágeis de gestão. Vocês são lentos e burocráticos. Nós lutamos em terreno próprio. Vocês, em terra estranha. Nós não tememos a morte. Vocês morrem de medo. Nós somos bem armados. Vocês vão de três-oitão. Nós estamos no ataque. Vocês, na defesa. Vocês têm mania de humanismo. Nós somos cruéis, sem piedade. Vocês nos transformam em superstars do crime. Nós fazemos vocês de palhaços. Nós somos ajudados pela população das favelas, por medo ou por amor. Vocês são odiados. Vocês são regionais, provincianos. Nossas armas e produto vêm de fora, somos globais. Nós não esquecemos de vocês, são nossos fregueses. Vocês nos esquecem assim que passa o surto de violência.

- Mas o que devemos fazer?
Vou dar um toque, mesmo contra mim. Peguem os barões do pó! Tem deputado, senador, tem generais, tem até ex-presidentes do Paraguai nas paradas de cocaína e armas. Mas quem vai fazer isso? O Exército? Com que grana? Não tem dinheiro nem para o rancho dos recrutas... O país está quebrado, sustentando um Estado morto a juros de 20% ao ano, e o Lula ainda aumenta os gastos públicos, empregando 40 mil picaretas. O Exército vai lutar contra o PCC e o CV? Estou lendo o Klausewitz, "Sobre a guerra". Não há perspectiva de êxito... Nós somos formigas devoradoras, escondidas nas brechas... A gente já tem até foguete antitanques... Se bobear, vão rolar uns Stingers aí... P’ra acabar com a gente, só jogando bomba atômica nas favelas... Aliás, a gente acaba arranjando também "umazinha", daquelas bombas sujas mesmo... Já pensou? Ipanema radioativa?

- Mas... não haveria solução?
Vocês só podem chegar a algum sucesso se desistirem de defender a "normalidade". Não há mais normalidade alguma. Vocês precisam fazer uma autocrítica da própria incompetência. Mas vou ser franco... Na boa... Na moral... Estamos todos no centro do insolúvel. Só que nós vivemos dele e vocês... Não tem saída. Só a merda. E nós já trabalhamos dentro dela. Olha aqui, mano, não há solução. Sabe por quê? Porque vocês não entendem nem a extensão do problema. Como escreveu o divino Dante: "Lasciate ogna speranza voi che entrate!" Percam todas as esperanças. Estamos todos no inferno.

11 July 2006

Religião: ajuda ou atrapalha

Ser melhor.
Ser pior.
Andar na fila certa.
Assistimos.
Participamos.
Depende de nós.
Só de nós?
Quem ajuda
Irmão com fé, sem fé.
Alguém.
Ninguém.
Pastor de gado.
Dá asa, da lastro.
Senta, levanta,
canta, grita, repete, ora, ora.
Festa de surdo.
Receita do milagre,
repetir o velho livro,
até criar dente.
Na real,
terra de cego,
todos vendem, todos compram
no mercado da ilusão.

07 July 2006

Czar ou Stalin

Escolher, perder.
Perder menos.
Melhores ganhos.
Outros ganhos.
Escolher onde perder.
Tentar errar pouco.
Tá, errar é humano.
Político é super humano.
Super interessado.
Super competente.
Super honesto.
Super trabalhador.
Super ético.
Brilhante nas palavras.
Tudo faz.
Tudo resolve.
Escolher qual super acreditar.
Bla, bla, bla.
Verdades do momento, bem medidas, canonicas
Decidir com paixão de torcedor.
Sonhador.
Sonhar triste sonho.
Czar ou Stalin?

06 July 2006

Cuidado com os burros motivados

Entrevista publicada na revista "Isto É", do jornalista Camilo Vannuchi. O entrevistado é Roberto Shinyashiki - médico psiquiatra, com Pós-Graduação em administração de empresas pela USP, consultor organizacional e conferencista de renome nacional e internacional.

Em "Heróis de Verdade", o escritor combate a supervalorização da Aparência e diz que falta ao Brasil competência, e não auto-estima.

ISTOÉ -- Quem são os heróis de verdade?
Roberto Shinyashiki - Nossa sociedade ensina que, para ser uma pessoa de sucesso, você precisa ser diretor de uma multinacional, ter carro importado, viajar de primeira classe. O mundo define que poucas pessoas deram certo.
Isso é uma loucura. Para cada diretor de empresa, há milhares de funcionários que não chegaram a ser gerentes. E essas pessoas são tratadas como uma multidão de fracassados. Quando olha para a própria vida, a maioria se convence de que não valeu a pena porque não conseguiu ter o carro nem a casa maravilhosa. Para mim, é importante que o filho da moça que trabalha na minha casa possa se orgulhar da mãe.
O mundo precisa de pessoas mais simples e transparentes.
Heróis de verdade são aqueles que trabalham para realizar seus projetos de vida, e não para impressionar os outros. São pessoas que sabem pedir desculpas e admitir que erraram.

ISTOÉ -- O sr. citaria exemplos?
Shinyashiki -- Quando eu nasci, minha mãe era empregada doméstica e meu pai, órfão aos sete anos, empregado em uma farmácia.
Morávamos em um bairro miserável em São Vicente (SP) chamado Vila Margarida. Eles são meus heróis.
Conseguiram criar seus quatro filhos, que hoje estão bem. Acho lindo quando o Cafu põe uma camisa em que está escrito "100% Jardim Irene". É pena que a maior parte das pessoas esconde suas raízes. O resultado é um mundo vítima da depressão, doença que acomete hoje 10% da população americana. Em países como Japão, Suécia e Noruega, há mais suicídio do que homicídio. Por que tanta gente se mata? Parte da culpa está na depressão das aparências, que acomete a mulher que, embora não ame mais o marido, mantém o casamento, ou o homem que passa décadas em um emprego que não o faz se sentir realizado, mas o faz se sentir seguro.

ISTOÉ -- Qual o resultado disso?
Shinyashiki -- Paranóia e depressão cada vez mais precoces. O pai quer preparar o filho para o futuro e mete o menino em aulas de inglês, informática e mandarim. Aos nove ou dez anos a depressão aparece. A única coisa que prepara uma criança para o futuro é ela poder ser criança. Com a desculpa de prepará-los para o futuro, os malucos dos pais estão roubando a infância dos filhos. Essas crianças serão adultos inseguros e terão discursos hipócritas. Aliás, a hipocrisia já predomina no mundo corporativo.

ISTOÉ - Por quê?
Shinyashiki -- O mundo corporativo virou um mundo de faz-de-conta, a começar pelo processo de recrutamento. É contratado o sujeito com mais marketing pessoal. As corporações valorizam mais a auto-estima do que a competência. Sou presidente da Editora Gente e entrevistei uma moça que respondia todas as minhas perguntas com uma ou duas palavras. Disse que ela não parecia demonstrar interesse. Ela me respondeu estar muito interessada, mas, como falava pouco, pediu que eu pesasse o desempenho dela, e não a conversa. Até porque ela era candidata a um emprego na contabilidade, e não de relações públicas. Contratei-a na hora. Num processo clássico de seleção, ela não passaria da primeira etapa.

ISTOÉ -- Há um script estabelecido?
Shinyashiki -- Sim. Quer ver uma pergunta estúpida feita por um Presidente de multinacional no programa "O aprendiz? "Qual é seu defeito?" Todos respondem que o defeito é não pensar na vida pessoal: "Eu mergulho de cabeça na empresa. Preciso aprender a relaxar". É exatamente o que o Chefe quer escutar. Por que você acha que nunca alguém respondeu ser desorganizado ou esquecido? É contratado quem é bom em conversar, em fingir. Da mesma forma, na maioria das vezes, são promovidos aqueles que fazem o jogo do poder. O vice-presidente de uma das maiores empresas do planeta me disse: "Sabe, Roberto, ninguém chega à vice-presidência sem mentir". Isso significa que quem fala a verdade não chega a diretor?

ISTOÉ -- Temos um modelo de gestão que premia pessoas mal preparadas?
Shinyashiki -- Ele cria pessoas arrogantes, que não têm a humildade de se preparar, que não têm capacidade de ler um livro até o fim e não se preocupam com o conhecimento. Muitas equipes precisam de motivação, mas o maior problema no Brasil é competência. Cuidado com os burros motivados. Há muita gente motivada fazendo besteira. Não adianta você assumir uma função para a qual não está preparado. Fui cirurgião e me orgulho de nunca um paciente ter morrido na minha mão. Mas tenho a humildade de reconhecer que isso nunca aconteceu graças a meus chefes, que foram sábios em não me dar um caso para o qual eu não estava preparado. Hoje, o garoto sai da faculdade achando que sabe fazer uma neurocirurgia. O Brasil se tornou incompetente e não acordou para isso.

ISTOÉ -- Está sobrando auto-estima?
Shinyashiki -- Falta às pessoas a verdadeira auto-estima. Se eu preciso que os outros digam que sou o melhor, minha auto-estima está baixa. Antes, o ter conseguia substituir o ser. O cara mal-educado dava uma gorjeta alta para conquistar o respeito do garçom.
Hoje, como as pessoas não conseguem nem ser nem ter, o objetivo de vida se tornou parecer.
As pessoas parecem que sabem, parece que fazem, parece que acreditam. E poucos são humildes para confessar que não sabem. Há muitas mulheres solitárias no Brasil que preferem dizer que é melhor assim. Embora a auto-estima esteja baixa, fazem pose de que está tudo bem.

ISTOÉ -- Por que nos deixamos levar por essa necessidade de sermos perfeitos em tudo e de valorizar a aparência?
Shinyashiki -- Isso vem do vazio que sentimos. A gente continua valorizando os heróis. Quem vai salvar o Brasil? O Lula. Quem vai salvar o time? O técnico. Quem vai salvar meu casamento? O terapeuta. O problema é que eles não vão salvar nada!…A gente tem de parar de procurar super-heróis.
Porque se o super-herói não segura a onda, todo mundo o considera um fracassado.

ISTOÉ -- O conceito muda quando a expectativa não se comprova?
Shinyashiki -- Exatamente. A gente não é super-herói nem superfracassado. A gente acerta, erra, tem dias de alegria e dias de tristeza. Não há nada de errado nisso. Hoje, as pessoas estão questionando o Lula em parte porque acreditavam que ele fosse mudar suas vidas e se decepcionaram. A crise será positiva se elas entenderem que a responsabilidade pela própria vida é delas.

ISTOÉ -- Muitas pessoas acham que é fácil para o Roberto Shinyashiki dizer essas coisas, já que ele é bem-sucedido. O senhor tem defeitos?
Shinyashiki -- Tenho minhas angústias e inseguranças. Mas aceitá-las faz minha vida fluir facilmente. Há várias coisas que eu queria e não consegui. Jogar na Seleção Brasileira, tocar nos Beatles (risos). Meu filho mais velho nasceu com uma doença cerebral e hoje tem 25 anos. Com uma criança especial, eu aprendi que ou eu a amo do jeito que ela é ou vou massacrá-la o resto da vida para ser o filho que eu gostaria que fosse. Quando olho para trás, vejo que 60% das coisas que fiz deram certo. O resto foram apostas e erros. Dia desses apostei na edição de um livro que não deu certo. Um amigão me perguntou: "Quem decidiu publicar esse livro?" Eu respondi que tinha sido eu. O erro foi meu. Não preciso mentir .

ISTOÉ - Como as pessoas podem se livrar dessa tirania da aparência?
Shinyashiki -- O primeiro passo é pensar nas coisas que fazem as pessoas cederem a essa tirania e tentar evitá-las. São três fraquezas .
A primeira é precisar de aplauso, a segunda é precisar se sentir amada e a terceira é buscar segurança. Os Beatles foram recusados por gravadoras e nem por isso desistiram. Hoje, o erro das escolas de música é definir o estilo do aluno. Elas ensinam a tocar como o Steve Vai, o B. B.King ou o Keith Richards.
Os MBAs têm o mesmo problema: ensinam os alunos a serem covers do Bill Gates.
O que as escolas deveriam fazer é ajudar o aluno a desenvolver suas próprias potencialidades.

ISTOÉ -- Muitas pessoas têm buscado sonhos que não são seus?
Shinyashiki -- A sociedade quer definir o que é certo. São quatro Loucuras da sociedade.
A primeira é instituir que todos têm de ter sucesso, como se ele não tivesse significados individuais.
A segunda loucura é: Você tem de estar feliz todos os dias.
A terceira é: Você tem que comprar tudo o que puder.
O resultado é esse consumismo absurdo.
Por fim, a quarta loucura: Você tem de fazer as coisas do jeito certo. Jeito certo não existe. Não há um caminho único para se fazer as coisas.
As metas são interessantes para o sucesso, mas não para a felicidade.
Felicidade não é uma meta, mas um estado de espírito. Tem gente que diz que não será feliz enquanto não casar, enquanto outros se dizem infelizes justamente por causa do casamento. Você pode ser feliz tomando sorvete, ficando em casa com a família ou com amigos verdadeiros, levando os filhos para brincar ou indo a praia ou ao cinema. Quando era recém-formado em São Paulo, trabalhei em um hospital de pacientes terminais. Todos os dias morriam nove ou dez pacientes. Eu sempre procurei conversar com eles na hora da morte. A maior parte pega o médico pela camisa e diz: "Doutor, não me deixe morrer. Eu me sacrifiquei a vida inteira, agora eu quero aproveitá-la e ser feliz". Eu sentia uma dor enorme por não poder fazer nada. Ali eu aprendi que a felicidade é feita de coisas pequenas. Ninguém na hora da morte diz se arrepender por não ter aplicado o dinheiro em imóveis ou ações, mas sim de ter esperado muito tempo ou perdido várias oportunidades para aproveitar a vida.

03 July 2006

Hexa, mensalão, imprensa...

Peguei pesado, comprei o melhor kit torcedor que o dinheiro deu.
Sofá e TV nova. Bandeiras, fitas, camiseta, tudo verde-amarelo.

Não sou torcedor típico de futebol.
Sei pouco, o básico do básico.
Em campo identifico com facilidade o goleiro, os ronaldos, juiz, a bola...

Torço para os grandes times de sp.
Quase todos, menos o corinthias.
Não gosto, pronto.
Meus filhos são corinthianos.
Azar meu.

Estádio nunca fui.
Uma partida inteira me dá sono.
20 minutos para mim está bom. 10 no primeiro e 10 no segundo tempo, quando tem gol.
Gols do fantástico, gosto, assisto.
Bate-boca dos especialistas, domingo a noite, assisto com impaciência.

Copa do mundo é outra coisa. Principalmente esta. Rumo ao hexa.
Das outras vezes que o Brasil foi campeão não me lembro quantos jogos assisti.
Das finais, lembro, todas, menos de 58, tinha só 7 anos em uma vila perdida ao norte de Portugal. Voltemos ao principal, das finais que assisti, que ganhamos, adorei.
Todo mundo focado no hexa, não quero perder esse festão.
Há unanimidade entre os especialistas, e não especialistas, o hexa seria nosso, sem dúvida.
O nosso futebol é superior aos de nossos concorrentes. Nossos jogadores são genios.
Nos classificamos com facilidade, ganhamos a copa dos campeões, mais um ou outro campeonato que não me lembro. Primeiro lugar na Fifa.
Pensei em ir para a Alemanha. Melhor não, seria demais.
Portugal em segundo, Brasil em primeiro.
Primeiro jogo, jogo difícil, segundo também, terceiro, melhorou coisica de nada. Ronaldo acima do peso, coisa pouca, 7 quilos. A pele do rosto brilhava de tão esticada.
O time vai ganhar ritmo, vamos crescer na competição, estamos jogando no resultado.
Por mim, tudo bem.
Se está tudo certo, quem sou eu para ficar nervoso. irritado, inseguro, com medo.
França, Zidane se despedindo, jogo entre colegas do Real Madri.
Jogo entre amigos.
Depois do jogo de Portugal com a Holanda, achei que os atletas deveriam ser mais solidários uns com os outros. Afinal são colegas de profissão, e não inimigos.
Antes do jogo do Brasil e França, as primeiras cenas dos vestiários, me davam razão, clima ameno, pouco mais que isso, quase festivo.
Pensando bem, um pouco ameno demais para quem iria se enfrentar em campo.

Fim de jogo, 1 a 0, Zidane melhor jogador em campo, franceses tomaram conta do jogo, do campo, de tudo. As estrelas brasileiras pararam para assistir, tontos.
Tudo bem. Ganhar, perder, jogo, sorte, azar. Tudo isso faz parte.
Não entendo o seguinte: O quadrado mágico, que era mágico, sem fazer mágica, perdeu o encanto, não era bem assim. Os jogadores não eram tão unidos assim. Os probleminhas de meio de campo e ataque não eram tão simples assim.
Os especialistas que nos venderam as facilidades agora nos vendem as dificuldades.
Bem feito, quem mandou acreditar na imprensa especializada.

Voltemos à realidade.
Eleições, política, imprensa especializada.
Veja, Globo, Folha...
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Portugal do Felipão vai pegar a França do Zidane, depois de amanhã.
Vou assistir meus 20 minutos regulamentares, rotineiros. Quem ganhar, ganhou, certo?

Pendenga social

Oi eu aqui de novo, malhando ferro frio. Fala verdade, sou mais teimoso que você, ou não? Placar virtual: Teimoso verborrágico, azoretado, orgulho foi pro saco 1000 x 999 Teimoso amuado, susceptível, orgulho orgulhoso.

Não vou falar de qualidades, talentos, méritos, conquistas, vitórias, muito menos das derrotas, das perdas, dos arrependimentos. Mesmo porque se estamos vivos, se temos um padrão razoável de vida, criamos nosso filhos no bem, somos respeitados no meio que vivemos, se nossa empresa existe todo esse tempo é graças ao resultado positivo de nosso balanço de vida. Vou cutucar os defeitos, os empata foda, os entraves, os roda presa, que devem ser minimizados, quem sabe eliminados. Nos e nossa empresa, devemos ser modernos. Modernos no sentido de vivermos o nosso tempo, o tempo presente. Não pretendo ser definitivo, absoluto. Espero ser relativamente definitivo ao momento que escrevo.

Você sempre diz que meu raciocínio é claro, lógico, objetivo. Pode ser, mas não convence. Você não tem argumentos para contesta-los nem para amplia-los ou redireciona-los. Fica aquela situação de que não posso me atirar de cabeço no caminho apontado nem tenho outro caminho para por no lugar, então fica como está, enrolar mais um pouco para quem sabe, sair do nada alguma coisa menos perigosa, menos assustadora, algo mais palatável ao meu jeito de ser... ou até que tenha mais dados, informações, conhecimento, quem sabe o sangue de jesus cristo...

Em certas circunstancias é muito difícil argumentar com você. Fica a impressão de que seu pescoço travou virado para um lado só. O Famoso olhar década de 80, perdeu a mobilidade, flexibilidade de outros tempos. Tempo em que se lia Alexandre Dumas, se discutia filosofia, literatura, música... Ta certo você contratou alguns doidivanas para darem uma sacudida na velha t*. Sacudir, sacudiu, até demais, para todos os lados, menos para o lado certo, do progresso sustentável. Tudo bem. Parece você ainda está assustado e galvanizado para novas mudanças.

Não é porque o sol nasce e morre todos os dias no mesmo lugar, que os dias seja todos iguais. Há um universo em transformação a todo o momento. O que é ótimo, hoje, pode ser apenas razoável, amanhã e inaceitável depois de amanhã.

Aprendemos com nossos erros e acertos diariamente, e aprendemos talvez muito mais com os erros e principalmente os acertos dos outros, daqueles que estão fora de nosso aura, de nosso raio de influencia, daqueles que estão fora de nossas limitações. Com eles poderemos sair das casca que nos rodeia, sair daquele circulo em que vivemos, que na maioria das vezes nos obriga a andar em círculos, correr atrás do rabo, reinventar a roda ou coisa que o valha. O risco de estarmos escravizados em um pequeno mundinho é muito grande. Isso pode ser aparentemente confortável, aparentemente seguro, perigoso de sermos carcomidos pelo tempo.

Eu te falei de um livro que me impressionou muito e que fiz alguma analogia com a gente. A conquista do pólo sul. Dois exploradores, dois métodos de trabalho, dois resultados diferentes. Um deles trabalhava para se adaptar ao meio ambiente que estava explorando aprender com os nativos, em seu dia-a-dia, o outro procurava adaptar o que tinha aprendido nas academias ao ambiente desconhecido. Um estava focado no aprendizado diário no aperfeiçoamento permanente, o outro se valia dos conhecimentos assimilados em outros tempos, outros lugares... Não é difícil prever quem ganhou a corrida.

Na década de 80 a Volks tinha 40 mil operários. Hoje tem 20 mil e produz o dobro ou mais de veículos. O que mudou? Novas rotinas de trabalho, novas técnicas, novas formas de fazer as coisas e mais baratas e em menos tempo.

Uma carretinha, uma moto, que bela idéia que não tive. Em meu retorno reparei na cidade toda motorizada e não me ocorreu, motorizar a t*. Os custos da T* com serviços externos devem baixar. Isso é muito bom. Isso já esta sendo implantado, o que está faltando, a carretinha já está comprada, quanto custou, a moto como vai ser adquirida. Você não acha que deveria me manter informado sobre esse importante assunto.

Sinto uma grande dificuldade em nossa conversas sobre trabalho. Sinto que falamos sobre as mesmas coisas estando em mundos diferentes. Quero mudar o que não está dando certo, ou o que pode ser melhorado. Não sou dono da verdade, mas a procuro todo dia em todos os lugares. Procuro as verdades da vida na filosofia, na história, na psicologia, na poesia, na literatura, na pintura, na arte, no meu trabalho. Procuro aprender nos livros, revistas, noticiários, filmes, museus-sp, internet, na introspecção. Procuro acompanhar o que vai no mundo gráfico através das revistas, livros, e contato com profissionais, tanto na parte técnica como na área produtiva e administrativa. Apesar de me esforçar no aprendizado não entendo porque não estejamos chegar aos acordos necessários para melhorarmos a nossa empresa.
Gasto dinheiro da T* com literatura de interesse de nossos profissionais, Assino revistas, compro livros. Procuro incentiva-los na medida do possível em sua leitura, e a se interessarem pelo mundo técnico que gira lá fora, conversem com colegas, para que não parem no tempo, não fiquem defasados e não sejam atropelados pelas novas técnicas.

Venho falando há algum tempo em redesenharmos a nossa gráfica. Parei de falar e comecei a tentar mudar algumas coisas.

Balanço dinâmico
Melhorar nosso caixa
Melhorar Rotinas de Recebimento
Departamento de Vendas
Melhorar o nosso fluxo de caixa.
Melhorar aproveitamento do pessoal de atendimento e faturamento.

O sebrai tem cursos rápidos sobre fluxo de caixa, plano de contas, orçamento de empresa. Há livros sobre isso. Há contadores formados pelo JK que devem conhecer esses princípios básicos de administração de empresa. Somos profissionais em um monte de coisas, e amadores em áreas sensíveis a quebrar a empresa se não funcionarem bem. Prova é a corda bamba que vivemos nos últimos 20 anos. Essa falta de profissionalismo produz mistérios como este: Não importa quanto faturemos, quantos guias façamos, mapas, quantas políticas nos produzamos, nosso caixa está sempre estolado no negativo. Não há dinheiro que entre em nosso caixa que o transforme em positivo por um tempo razoável. Sinceramente, deixei de perde o sono há muito tempo por causa disso. É brincadeira.

Sou teimoso, eu sei. Não é culpa minha, a vida tem premiado essa teimosia através dos tempos. Estudo astrologia há 30 anos. Comecei com o básico, surgiram algumas dificuldades técnicas, parei. Recomecei e avancei mais um pouco, problemas técnicos, parei. De novo mais um avanço, de novo parei. Do nada a Lena me trouxe uma cd, dado por um colega de estudo de SP. Esse CD traz um soft que simplifica os calculas, viabilizava os vários recálculos e equacionava as técnicas de interpretação. Estou prestes a terminar o curso. Tenho algumas pendência antigas a resolver na áreas de pintura, escrita, psicologia, filosofia, música, melhora a comunicação com meu sócio, entre outras.

A lógica de Rio e SP não é a lógica do Brasil, ou é?

A lógica de uns nem sempre é a lógica de outros, principalmente quando essa lógica não favorece a parte forte. A lógica não teria que ser sempre lógica. Ou a lógica só é lógica quanto favorece o que é dominante. mais ou menos como 2 + 2 = 3, 4, 5, 0,1...
Dizem os neurocientistas que o hemisfério esquerdo do cérebro responde pelo lado lógico das coisas da vida. Para cada pergunta só há uma resposta certa. Igualzinho ao que aprendemos na escola.
O hemisfério direito responde pelas coisas não tão lógicas, não tão definitivas da vida.
Uma pergunta pode ter várias respostas certas.
A criatividade, as artes, a filosofia... ficam nesse dpto. Pois é, esse negócio de esquerda e direita é uma questão de conveniência.
Conveniência de quem manda.
Nem sempre há juízo suficiente para a obediência, principalmente quando a miséria é grande.
É desse jeito que se produzem os Chaves, Morales, Lulas... e outro mais surgirão.
Se o Lula não conseguir viabilizar apoio político forte para espelhar no congresso os votos que terá na rua, veremos um típico exemplo de que o povo decide de um jeito e a classe política articulada com os interesses paroquiais e varejistas de outro.
Um executivo sem apoio do legislativo vai ser uma merda.
Jânio Quadros, Collor... No primeiro mandato do Lula de um jeito ou de outro e$$e apoio foi viabilizado. Acho que dessa vez o Lula não escapa, vai ganhar, vai tomar posse e vai tomar um pé na bunda, como único responsável pela situação caótica que está se desenhando.
Sonho do pessoal da Veja, Globo, Estadão, Folha, Rio, São Paulo.

A opção é o geraldão? Sei não...

A direita olha para o lado em que o Lula é menos brilhante, mais torto, mais ignorantão, enquanto o povão sente no bolso a diferença entre um governo preocupado com o social e um que trabalha para melhorar a situação dos que não fazem barulho na midia. Principalmente na mídia paulista e carioca que a maioria confundem com a opinião do brasileiro como um todo. O Brasil não é a Globo, a Abril, a Folha, o Estadão.